- Liah'ah
- 3 de fev. de 2022
- 3 min de leitura

Noah se aproxima de mim e pergunta: “Tia, você quer brincar comigo?”
Há dias em que eu simplesmente diria que estou ocupada. Há dias em que eu aceitaria o convite e brincaríamos de alguma coisa superficial, como lançar seus pequenos carrinhos pelo chão, numa espécie de corrida, e ver qual chegou mais longe.
Mas naquele dia eu senti a magia em sua voz.
Naquele dia eu sabia que ele estava realmente dizendo: “pronta para uma aventura?!”
Então respondi:“Sim, estou pronta, meu amigo!” -
Começamos com um simples jogo de encaixar peças.
O jogo contém vinte peças: dez delas possuem ilustrações coloridas e um espaço no meio para as outras dez peças, que representam os números de 1 a 10.
Eu amo esse jogo justamente por ele ser bem colorido e proporcionar bastante espaço para imaginação.
Jogamos normalmente. Aos 4 anos ele sabe muito bem todos aqueles números e rapidamente encaixou todas as peças. Fim de jogo.
Bem, num dia normal, fim de jogo. Mas hoje isso é apenas o começo.
A peça onde o número 1 está encaixado tem o formato de um lápis. Eu pergunto à Noah:
“o que você quer criar com este lápis?”
E então ambos desenhamos corações imaginários no chão. Obviamente, eles não são visíveis aos olhos. Mas podemos imaginá-los da maneira que escolhermos!
Eu pego a peça do número 7, onde estão ilustradas sete flores coloridas. Eu poderia perguntar a Noah quais são as cores das flores, mas, e que tal se pudéssemos sentir o cheiro?
De repente a sala está repleta de cheiro de morango, do perfume da mamãe, de almoço (ele que disse isso!) e outras coisas deliciosas que somente nós dois podemos sentir.
No número 8 temos interessantes conversas com 8 ursinhos fofinhos e a diversão realmente começa quando chegamos ao número 9!
A peça do número 9 representa uma caixa de lápis-de-cor, com um lindo desenho de grama, céu azul, sol e arco-íris.
Eu convido Noah para entrar comigo na ilustração e deitar na grama. Em segundos estamos deitados no chão da sala.
“Essa grama é bem fofinha, né?” - eu pergunto, para saber se estamos no mesmo lugar
“Sim” - ele responde baixinho, com os olhos um pouco assustados
Eu pego um dos lápis de cor e desenho uma borboleta. Então aparecem borboletas voando ao nosso redor.
Ele desenha outro sol, e agora temos 2 sóis nessa dimensão que acabamos de criar.
Ele desenha chuva, eu desenho flores e ele tem a brilhante ideia de criar um tornado.
De repente estamos voando em espiral. Da tranquilidade do campo somos levados violentamente a um lugar remoto e desconhecido, onde tudo está nublado e confuso.

Eu lhe digo que daquele ponto onde estamos eu já consigo ver o mar. Ele corre por quase um quilômetro em direção ao mar para tomar banho e se divertir com as ondas. Assim, acaba por criar luz naquele espaço.
Estamos em um flow, qualquer coisa que um de nós dois sentir vai magicamente aparecer na nossa dimensão e teremos que brincar com isso da maneira que pudermos.
Já brincamos assim diversas vezes: fomos pescar; fomos ao supermercado imaginário comprar iogurte e biscoitos; colhemos frutas, ele adora colher mirtilos… como é possível? Eu aposto que ele nunca comeu um mirtilo! Não é uma fruta comum no Brasil. Mas graças a ele eu comi infinitos mirtilos.
Uma vez até mesmo subimos num foguete e fomos a outro planeta, mas ao chegar lá ele não gostou muito, pediu pra voltar pra casa.
“Eu queria um planeta com pessoas e prédios” - ele disse.
Que desejo curioso! Mas foi assim que voltamos pra Terra.
O que eu mais gosto dessas brincadeiras é que não precisamos descrever muito, pensar muito, ou falar muito. Simplesmente tudo vem até nós - qualquer coisa que sentirmos! E nós dois estamos em uma conexão tão bonita, simples e verdadeira, que experienciamos juntos, nos divertimos e em nenhum momento duvidamos do que acabou de acontecer, é real e ponto final.
Quando terminamos, não é tipo: “que legal essa brincadeira, obrigada!”
É tipo: “Incrível! Eu nunca estive naquele planeta antes! Fantástico!”
É uma comunicação de Divino para Divino, de Criança para Criança, de Inocência pra Inocência. É raro encontrar este tipo de comunicação, até mesmo com crianças, pois elas também podem jogar jogos de poder, controle e alimentação energética.
Mas com meu querido Noah, simplesmente acontece.
Neste verão, além de viajar por dimensões, ele também pintou com aquarela pela primeira vez.

Eu podia sentir a alma dele em regozijo, conforme ele exclamava: “uau!” a cada nova cor que adicionava ao papel. Aquilo era tão novo e lindo para ele!
Eu lembrei da sensação que eu tive na primeira vez que vi a água correndo por dentro da forma de tinta: que bela dança!
E agora ele estava ali, na minha frente, com o pincel em mãos e os olhinhos brilhantes, criando a sua própria dança.
O que mais eu posso dizer?
Apenas agradecer, por tamanha benção, por tão linda criação.
Com amor, Liah'ah.
- Liah'ah
- 18 de jan. de 2022
- 2 min de leitura

A expressão é o espírito em ação.
A expressão é o ponto de fusão entre humano e divino.
A expressão é a comunicação entre consciência e energia.
A expressão vai além da mente e do corpo, a expressão é a pureza do estado natural de criador, fluindo e se fazendo real através do humano. O humano que por si só é uma expressão da alma, é energia em serviço.

Usando uma metáfora muito familiar, o pincel e a tinta são energia expressa em forma, servindo a consciência.
A consciência é a paixão que impulsiona o movimento, que faz com que exista até mesmo a tela sobre a qual pintar.
Sem consciência não haveria o pintor, nem tinta, nem pintura, não haveria nada.
A consciência está também no pincel e tela, no movimento, mas de uma forma diferente, numa comunicação mais sutil.
A Consciência se comunica com essas coisas mas ela não é essas coisas, ela não assume forma, ela é indefinível.
A energia é também livre, mas em seu serviço assume formas e estruturas momentâneas, que criam as ilusões que conhecemos como realidade, nas mais diferentes partes do universo físico e não-físico.
A energia livre é a melodia do piano, a dor do pianista, a madeira que compõe o instrumento.
A consciência é a inspiração, a necessidade inexplicável de expressar a si mesma, a expressão que explode sem pedir licença, a criação que se faz naturalmente ao simplesmente sorrir.
Ao simplesmente sorrir e dançar se cria vida, se cria cores e sabores.
Essa é a expressão, é o permitir.
Essa é a fusão de humano e divino. São aqueles sagrados momentos em que a explosão de paixão acontece e não há mente ou sistema de crenças que possa resistir! A mente é silenciada ou então passa a dançar conforme o som da alma.
A fusão completa de Humano e Divino pode ser chamada de Vida Ahmyo! Quando esses momentos de pura alegria da alma, de absoluta leveza e desprendimento são a realidade o tempo todo, e não apenas momentos separados. Essa é também conhecida como Vida Sincrônica, onde tudo flui e se encaixa, além das expectativas de como deveria ser. (para ler mais sobre AHMYO clique aqui)
A expressão divina tem espaço na vida cotidiana. Ela está nas refeições que você prepara, está na sua dança consigo mesma em frente ao espelho, nas músicas que você canta, em todas as atividades criativas que você se envolve, sua alma está lá, sua luz está lá, é o espelho perfeito da sua infinita beleza.
Na ampla visão percebo como tudo é uma expressão divina: a chuva que cai lá fora, os carros que passam sobre o asfalto molhado fazendo ruído, ou então o silêncio absoluto. As pessoas ao meu redor, companhia, distrações, ou então a solidão. É energia em serviço, ao meu serviço.
Nesse ponto de consciência Eu Sou o centro das minhas criações.
As experiências se criam de dentro para fora e crescem, evoluem, expandem, mudam.
O meu ser divino se torna evidente em cada parte da vida, em cada linha das minhas histórias. Sou um com tudo que me rodeia, por fim.
Sou grata por acompanhares este blog!
Estou escrevendo uma parte 2 para este artigo, falando mais sobre expressão e multidimensionalidade.
Até breve!
Liah'ah
- Liah'ah
- 13 de jan. de 2022
- 5 min de leitura
Alguns dias atrás eu fui acampar com meu irmão, Tiago, na Ilha de Florianópolis, onde eu estou morando agora. Fomos a Naufragados, é o ponto mais ao sul da ilha e é muito comum entre os mochileiros que passam por aqui.

Chegamos um pouco antes do pôr-do-sol, o que nos proporciona tempo para armar a barraca no bosque proxímo a praia e ainda tomar um banho de mar muito especial!
Estamos completamente sozinhos, num local paradisíaco. O oceano relfete a cor do pôr-do-sol. É um mar cor-de-rosa mágico e um céu mágico cor-de-rosa! Tudo isso parece um sonho. Ao olhar em frente, a visão é do horizonte infinito. As luzes da cidade, muito ao longe, começam a se acender. Ao olhar ao nosso redor, estamos cercados por montanhas e bosque. É como uma proteção natural, como estar abraçados pela natureza. Eu escuto a voz interior dizendo “é tudo minha energia” e me permito ser abraçada por mim mesma. As ondas do mar parecem tão altas que por vezes escondem o horizonte, mas ao quebrar são gentis, amigáveis. “É tudo minha energia”.
Eu olho ao redor é não há ninguém. Estou em um lugar sillencioso e isolado, e sei que toda a majestosa natureza, a beleza, a paz e o silêncio estão dentro de mim.
A sensualidade ganhou um novo nível quando pisei na Ilha da Magia.
Depois do nosso banho de mar, voltamos ao bosque, à barraca, para comer alguma coisa.
Mas não ficamos na barraca, as estrelas nos chamavam!
Caminhamos novamente até a praia. Chegando lá, podemos observar uma tempestade além da montanha. As nuvens sobre ela se acendem em relâmpagos e raios e voltam à escuridão completa em segundos. Elas repetem isso por muitas vezes. Um espetáculo da natureza criado especialmente para o deleite de nossos olhos e espíritos. Por um momento havíamos temido que a tempestade caísse bem onde estávamos e não pudéssemos ver as estrelas… mas logo lembramos que não teríamos escolhido acampar justo na noite de chuvas, e que as nuvens iriam se rearranjar para nos servir.
E assim é - melhor do que o esperado!
As estrelas são estonteantes! Nunca em nossas vidas havíamos visto tantas estrelas, afinal, raras vezes havíamos deixado nossa cidade natal, Porto Alegre.
Não canso de olhar para o céu, fascinada, a procurar constelações, a imaginar e sentir o que há além do que os meus olhos estão vendo.
Meu irmão vai caminhar sozinho no breu, com os pés no mar, e eu fico sozinha no breu, olhando pro céu. Eu coloco música para tocar no meu Smartphone, imagino uma super festa celestial.
Respirando profundamente sinto a brisa fresca da noite. Respirando profundamente começo a dançar.

Danço com as estrelas e convido meus amigos Mestres Ascensos a se juntarem à festa. Eu gosto muito dessas festas. Sinto que há mais seres presentes do que eu posso conceber com a minha mente, mas nunca me importo com isso. Estou sempre no meu Espaço Seguro, expandindo e celebrando.
A música é de Yoham Project. Yo-ham - minha voz em espírito. A voz de Metatron.
Nos últimos dois anos, o grupo musical que mais tenho ouvido. É como uma ponte de ligação entre humano e divino para mim. Uma maneira fácil, rápida e deliciosa de me sentir eu mesma. Não importa quantas vezes eu já tenha escutado suas músicas, cada vez é um novo mergulho.
Nesta noite específica, eu sinto que os 3 músicos do grupo se juntam a festa que recém criei. É como se eles estivessem na praia, envoltos nas estrelas, dançando na areia. A música não encobre os sons da natureza, tudo parece complementar. Eu danço um pouco mais… até as preocupações invadirem a minha mente! Os pensamentos me dizem que deixei meu irmão sozinho no breu e fiquei com a luz, que já fazia meia-hora que ele havia saído de perto de mim, e perguntam "se ele sumir o que você vai fazer?"
Deixo meus convidados para trás (se você estava lá, sinto muito, mas acredito que a festa continuou no Clube dos Mestres Ascensos) e vou procurar meu irmão na beira do mar, usando a lanterna do celular - uma cena patética, a dança estava bem melhor.
Conforme caminho, respiro fundo, e começo a contemplar os pensamentos que correm pela minha mente - essa que já está no nível “mingau” depois de tantas experiências interdimensionais inexplicáveis.
Encontro meu irmão, e depois de mais alguns bons minutos de contemplação da beleza daquele lugar, vamos dormir.
Acordamos com o despertador às 4 a.m.
Temos uma pequena escalada se queremos assistir ao nascer do sol, que ocorre pouco após as 5 a.m.
Outra vez as nuvens cobrem o céu, e eu digo a meu irmão: “vamos ver esse nascer do sol, nem que as nuvens cubram todo o céu e o horizonte fique limpo para nós! “
Escalamos a montanha rochosa, na companhia de insetos e flores.
Ao chegar ao topo, nos encontramos num forte construído há pouco mais de um século atrás. E faço meu primeiro benching do dia sentada ao lado de um canhão!
O canto dos mais diferentes pássaros parecem vir de dentro da montanha.
Nessa manhã, vivo outra experiência multidimensional com meus amigos Mestres Ascensos.

Estou sentada contemplando o horizonte, imaginando figuras nos contornos das nuvens.
E me dou conta de um formato um tanto peculiar, como uma cabeça e um tronco.
Olho outra vez e agoro vejo três desses formatos, e imagino que seja ASG, Koot, e Tobias… mas me dou conta de que não são apenas três, essas figuras estão preenchendo todo o céu!
Nesse momento meu corpo humano parece minúsculo, e eu sinto outra vez a totalidade de mim.
Olho para as figuras e recebo outra vez os dez mil aplausos.
O sol brilha dentro das nuvens.
Lembro-me de que há tantos Mestres assistindo minha jornada, e percebo inclusive a mim mesma além do tempo-espaço - uma Mestra Ascensa - aaplaudindo-me, pela beleza do que estou vivendo, pela luz que estou brilhando, pelo meu sorriso sincero, pelo meu amor por mim mesma.
Abro meus braços e recebo o reconhecimento!
De todos os meus amigos, e o meu próprio reconhecimento.
Sim, eu estou aqui.
Sim, a única coisa que preciso fazer é brilhar.
Sim, é o fim E o começo.
Depois dessa experiência magnífica, descemos a montanha e tomamos café-da-manhã na beira da praia, admirando o oceano.
Curtimos a manhã toda de solidão, silêncio e mar.
Quando as pessoas começam a chegar, percebemos que é hora de ir embora.
Arrumamos nossas coisas e voltamos pra casa.
Nas nossas conversas, concordamos que aquele lugar foi o mais mágico que havíamos visitado até então, era como se a essência da Ilha da Magia estivesse concentrada entre aquelas montanhas e o oceano.
As nuvens apresentavam formas tão vivas que parecia que iriam tomar vida e andar entre nós.
O mar cantava docemente.
O sol dançava sobre nossa pele.
Num desses banhos-de-sol, veio uma inspiração, um insight “Expressão!” e sobre isso vou falar no próximo post.
Gratidão por acompanhar este blog! Até breve!
Com amor, Liah’ah
