Hoje pela manhã, abri um de meus cadernos/diários de 2020, simplesmente senti a intuição de fazê-lo. Respirei fundo, fechei os olhos e abri em uma página aleatória.
Curiosamente (ou obviamente) o que estava escrito na página aberta era exatamente o que eu precisava ler. Ainda seguindo a intuição, eu folheei o caderno para trás (dane-se a linearidade), e encontrei ainda mais beleza e clareza: um poema escrito num impulso de paixão.
A data deste poema é 4 de Julho de 2020.
Foi escrito à noite. Eu me lembro dessa noite com uma nostalgia deliciosa e tenho inclusive desejo de viajar no tempo e me sentir outra vez aquela garota maravilhada olhando para a lua. Já não sou Eu. Eu vou morrendo ao longo do caminho, novas Eus vão nascendo, a consciência expande e já não posso viver naquele mundo limitado de antes. Por isso mesmo é divertido visitá-lo e beijar as bochechas gordinhas daquela humana tão faminta por mais luz, por mais consciência, por mais e mais verdade, mais liberdade, por voar livre pelo céu. E nesse beijinho doce eu sussurro: “tudo está bem, você está fazendo tudo certo. Eu Estou Aqui.”
A noite em questão era uma noite gelada de inverno. Eu provavelmente estava enrolada num cobertor, de forma que um capuz se formasse sobre minha cabeça e eu sentisse como se estivesse usando minha capa de Merlin.
Estávamos eu e Mestra Lucyah no quintal de nossa casa, recebendo a radiância da lua e criando um Espaço Absolutamente Mágico de Pura Alegria e Expansão. Acontece que tínhamos acabado de participar do Shoud 11 da série da Paixão, e o Merabh “Acordando do Sonho” teve efeitos instantâneos.
Lembro-me com muito carinho que os Shouds do ano de 2020 coincidiram em grande maioria com a fase cheia da lua. Então por alguns meses após assistir ao Shoud juntas, nós ficávamos em silêncio na sensualidade das noites iluminadas, permitindo a movimentação das energias e incorporando a beleza da mensagem recebida. Muitas vezes também discutíamos nossos pontos favoritos e iluminávamos maravilhosos potenciais.
Mas essa noite da qual falo foi uma noite especial. Nessa noite permitimos que outras dimensões viessem a nós. O quintal era outro lugar. As estruturas - a matrix - parecia ridícula.
Qualquer ilusão era motivo de risos: essa noite é uma risada cheia de sabedoria.
Brincamos como crianças! Nos comunicamos em silêncio. Com sorrisos, suspiros, ou frases soltas, imaginando se a outra também estava sentindo aquela magia.
Em algum momento eu senti que precisava escrever no meu caderno. Troquei o quintal pela sala, tomei minha caneta preta na mão e me pus a canalizar minha própria sabedoria. Foram algumas páginas de pura inspiração. A ironia é que muitas vezes tornei a ler essas páginas, mas somente hoje pude perceber a beleza essencial que as palavras e energias ali expressas possuem.
Compartilho a seguir um pouco do que escrevi naquela noite: um poema que hoje recebeu seu nome. Chama-se “Iluminada”.
Iluminada
Eu Sou Múltipla
Eu Sou Infinita
Criadora
Criativa
Cria e Ativa
Desenhista. Pintora. Dançarina. Cantora.
Música. Poema. Sou artista e arte.
Sou infinita em todas as direções.
Cada uma de minhas existências
Recebendo um toque de amor.
Uma luz que se ascende
Uma Mestra na praça
Minha luz
Brilho natural
Amor real
Eu Sou real
Amor Eu Sou
Expansão
Universos e Omniversos
Claridade e Escuridão
Não em dualidade mas sim em união
União de todas as vidas
Limpeza das feridas
Conclusão e iluminação
Dualidade é ilusão
Sente a unidade
Acaba a confusão
Sem conflito interno
Eu Sou Um com O Eterno
Como pequena humana contemplo
Com meus olhos de cristal
Tudo o que sou
O universo inteiro aqui no meu quintal
As histórias que me contam as estrelas no céu
A dança de potenciais gira em espiral
Sem conflito interno
Eu Sou Um com O Eterno
Eu Sou
Eu Fui
Eu Sempre Serei
Iluminada
Como a Lua….
Iluminada
E mais além….
Iluminada
Eu apenas percebi a minha luz….
Iluminada
Que belíssima descrição de um momento mágico!
E que poesia bonita!
Nasceu do regozijo da alma!
Obrigada Liah'ah! 🙏💕